Dâniele Duarte
Pinheiro
Sabrina Stringari
Rubia de O. Afonso
Curso de
Licenciatura em Pedagogia
Universidade
Estadual do Rio Grande do Sul
Unidade Alegrete
RESUMO: Este artigo é fruto
de um projeto proposto pelo Programa Institucional de bolsas de iniciação à
docência (PIBID), que proporcionou atividades práticas, auxiliando na
construção de novos conhecimentos assim propiciando redescobertas de vivencias
do cotidiano de uma sala de aula de 2º ano na Escola Luiza de Freitas Valle
Aranha, localizada no município de Alegrete. Sabendo-se da importância de
relatar as práticas pedagógicas como um modo de avaliação ou mesmo uma forma de
analisar o desenvolvimento do social, a partir do dia a dia da sala de aula
refletindo o fazer pedagógico na construção da formação profissional, este
artigo tem como finalidade um relatar sistematizado das atividades realizadas
no PIBID durante o período de seis meses no ano de 2012.
INTRODUÇÃO:
A importância da
prática pedagógica faz-se constante diante da busca do conhecimento e da
experiência profissional. A reflexão critíca da nossa pratica faz-nos pensar no
tipo de professor que estamos nos tornando, fazendo-nos repensar na nossa
prática pedagógica, a partir de toda metodologia estudada na sala de aula e da
concepção de educação que estamos desenvolvendo.
Neste artigo estaremos relatando o
trabalho desenvolvido no PIBID, que contemplava seis oficinas. Eram elas,
contação de histórias; pequenos escritores de Alegrete; oficina de matemática;
sopa de letrinhas; corpo, arte e movimento; introdução a informática, todas
realizadas em uma turma de segundo ano, com crianças de faixa etária entre sete
e nove anos de idade na E.M.E.B Luiza de
Valle Aranha.
METODOLOGIA X PRÁTICA
No nosso primeiro
contato com a escola foi realizada uma reunião com toda a equipe pedagógica e
com todas bolsistas denominadas para realizar a prática nessa escola, foi um
momento de conhecimento dos professores das turmas selecionadas para o projeto
e também foi nos passado o funcionamento da escola e foi nos apresentado o
espaço físico da mesma.
A
compreensão dos fatores sociais institucionais que condicionam a prática
educativa e a emancipação das formas de dominação que afetam nosso
pensamento e nossa
ação não é
espontânea e nem
se produzem naturalmente. São
processos contínuos de descobertas, de transformação das nossas práticas
cotidianas. (PIMENTA, 2002, p. 102).
No segundo encontro
foi nos proposto fazer uma observação da turma
e uma avaliação diagnóstica da mesma, para então podermos planejar as
aulas de acordo com o desenvolvimento da turma, a partir da observação da mesma
e dos relatos da professora regente. Podemos observar que a turma era bastante
receptiva e aberta para a redescoberta de novos conhecimentos e bastante
produtiva e criativa. Sabendo-se das características das crianças, pensamos, então, em desenvolver as oficinas
de uma forma lúdica e construtivista, possibilitando através dos interesses dos
alunos a construção de novos conhecimentos.
A primeira oficina
desenvolvida foi à oficina de contação de história. como a escola estava comemorando a Semana
Farroupilha, com festividades sobre esse
tema, aproveitamos e trouxemos um conto muito popular no Rio Grande do Sul, o
“Negrinho do Pastoreio”. Manuseando fantoches, a história foi contada de uma
forma divertida e uma linguagem bem popular, comentando a moral que a história
nos ensina, como não acusar as pessoas injustamente e também fizemos uma
conversa informal sobre o racismo. Após a leitura da história foi feita uma
receita culinária, o bolo formigueiro, com a ajuda dos alunos construímos o
bolo e enquanto esperávamos ele ficar pronto, os alunos registraram a
construção do bolo em desenhos. Após a degustação do bolo, apresentamos o PIBID
para a turma. Fizemos alguns combinados para que nossas práticas incluíssem
prazer e produtividade e para selar nossos combinados construímos juntos um
cartaz com a seguinte frase: “Essa turma faz parte PIBID 2012/UERGS-Alegrete” e
abaixo cada aluno carimbou sua mão com tinta guache. Nesta tarde percebemos que
os alunos ficaram satisfeitos com a aula, pois ao final da mesma estavam
questionando quando voltaríamos e diziam que não faltariam a próxima aula.
Na semana seguinte,
segunda aula da oficina contação de história, foi trabalhado a história da
“Margarida Friorenta”, usando o recurso de uma “sacola mágica” de onde iam
saindo os personagens da história e iam sendo colados em um avental. Após a
contação ressaltamos as questões dos valores como o respeito, amizade e
carinho. Os alunos compreenderam a moral da história, que dar carinho e amor
sempre é importante e que o frio que a margarida sentia era de carinho e de atenção,
então não podíamos deixar que nossos amigos sentissem esse frio.
Todos esses conceitos foram usados para a
construção de um livrão, onde cada aluno desenhou uma parte da história,
posteriormente, propomos uma atividade em uma folha impressa onde os alunos
puderam realizar exercícios interligados com a história trabalhando conteúdos
propostos pela professora da turma como plural,
singular, diminuitivo, aumentativo e separação e classificação de sílabas.
Ao término dessa
atividade foi confeccionada uma margarida de garrafa pet, para que os alunos
levassem para casa e que cada vez que olhassem para a margarida lembrassem-se
dos valores trabalhados em aula.
A segunda oficina
com o titulo pequenos escritores do Alegrete, tinha a finalidade de fazer os
alunos experimentarem ser escritores, escreverem histórias com temas dados em
sala de aula e aproximar-lhes de histórias, lendas e escritores da nossa
cidade. Aproveitamos que na aula passada confeccionamos uma margarida com
garrafa Pet e fizemos um link com a aula dessa semana, em que se iniciava a
primavera. Trouxemos uma lenda bem conhecida, contada até os dias de hoje
fazendo uma reflexão sobre o meio ambiente, a lenda do “Boitatá”.
Após a leitura os
alunos debateram e escreveram um texto coletivo sobre a preservação do meio
ambiente baseados na lenda e enquanto copiávamos no quadro, eles copiavam no
caderno. Logo após eles ilustraram o texto que produziram. Dando seguimento,
realizamos a confecção de um Boitatá com caixa de ovo e papel crepom. Foi muito
prazeroso para os alunos esse momento, Nesse dia, por motivo de chuva os alunos
saíram mais cedo e acabamos por não realizar todo nosso planejamento.
Na
segunda aula da oficina, Pequenos Escritores do Alegrete, trouxemos para os
alunos uma poesia de um escritor alegretense. A poesia “Canção da Garoa” de
Mário Quintana, uma bela poesia que inspirou os alunos a se tornarem poetas
também. Cada aluno escreveu sua poesia e já que estávamos na semana da criança,
escreveram com o titulo “Canção da Criança”.
Após a construção da mesma, geramos uma conversa informal sobre o
escritor Mário Quintana. Nesse dia a escola fez uma festividade do dia das
crianças, onde foi nos proposto fazer
brincadeiras e pinturas no rosto dos alunos da escola e por esse motivo
nossa programação na sala de aula foi somente até as 15h e 30m.
A
Oficina de Matemática se desenvolveu através do filme “Donald no País da
Matemática.” Foram trabalhados os números, sua importância, a história da
matemática e os lugares onde ela se encontra. Confeccionamos um jogo da
memória, jogado em dupla pelos alunos em sala de aula. Após, os mesmos
registraram o placar das partidas e das rodadas jogadas. Foram realizadas
várias atividades explorando a tabuada e cálculos matemáticos em folhas
impressas.
Na segunda aula da etapa da oficina de
matemática, confeccionamos juntos mini pizzas, onde exploramos a receita,
trabalhando com as quantidades e as figuras
geométricas. Os alunos ficaram realizados colocando a mão na massa.
Exploramos a receita com o conteúdo como soma, subtração, divisão, multiplicação
e trabalhando as unidades de medida (quantidade, tempo, temperatura etc...). As
perguntas eram feitas aleatoriamente estimulando o raciocínio rápido dos
alunos, a massa de pizza foi cortada e moldada nas formas geométricas, através
dessas formas os alunos registraram a confecção da pizza em desenhos, o momento
da degustação foi bastante prazeroso para as crianças.
Na
oficina Sopa de Letrinhas, a turma assistiu ao filme “O Rei Leão”, de fácil
compreensão e com valores morais como respeito e amizade. O filme animou os
alunos que ficaram fascinados com a linda história. A turma registrou o filme
em desenhos e construíram um texto coletivo contando a história do filme com a
visão dos alunos. A turma confeccionou um alfabeto móvel que auxiliou os alunos
nas atividades das aulas de português.
A
poesia “Chácara do Chico Bolacha” foi utilizada na segunda aula realizada na
oficina Sopa de Letrinhas. Ajudou os alunos a diferenciar e a conhecer as
palavras que são escritas com x ou ch. Os alunos realizaram atividades com
relação à poesia como: leitura, ilustração e atividades para completar com
palavras com x e ch. Com o auxílio do alfabeto móvel foi feito um ditado com a
turma.
Foi
com a apresentação do vídeo com a história “O Cabelo de Lelê”, que iniciamos a
oficina Corpo, Arte e Movimento. Aproveitando a história para integrar o
conteúdo com a semana da consciência negra. Os alunos refletiram sobre as
diferenças e houve uma conversa sobre as diferenças culturais e a genética
ligada com a nossa família. Em roda foi feita a dinâmica do espelho,
despertando a auto estima e a importância de cada um para a sociedade. Os alunos confeccionaram fantoches do boneco
“Lelê” para a amostra interdisciplinar realizada na escola. Por último a turma
saiu para o pátio, onde realizamos uma brincadeira de origem africana chamada
“Labirinto”. São brincadeiras coletivas estimulando o desenvolvimento social,
interação e respeito com outras crianças.
Na segunda etapa da oficina Corpo, Arte e
Movimento também ressaltou-se a
importância do grupo para a turma, de olhos vendados os alunos eram guiados por
outro colega, que ajudava a se
locomover. Através dessa brincadeira do guia, o aluno conseguia entender,
respeitar, tolerar e trabalhar em grupo. Desenvolvemos atividades com os alunos
sempre trabalhando o coletivo nas brincadeiras, como na brincadeira da marcha
de jornais, na pracinha da escola, brincadeira de roda, “lá vem o pato”,
telefone sem fio e brincadeira da cadeira. Nessa tarde percebemos que os alunos
aprenderam muito brincando, bem como nós que estávamos dirigindo as
brincadeiras com objetivos definido.
Na nossa última oficina que era a de
Introdução à Informática, a aula foi realizada no laboratório de informática,
onde realizamos produção textual no editor de texto e jogos no computador com a
temática de natal. Em conjunto com a professora da turma, ensaiamos a música
“Então é Natal” com os alunos, para apresenta-la na festa de final de ano da
escola. Para comemoramos o final desta etapa realizamos uma confraternização
entre as turmas que participavam do programa pelo turno da tarde, onde foi
oferecido para as crianças cachorro-quente, refrigerante e bolo, além de
brincadeiras envolvendo todos os alunos.
DISCUSSÃO:
Usamos neste
momento as palavras de Genro (1999) para uma reflexão da nossa prática pedagógica
Quero
uma escola que espalhe a esperança, que cative a criança, como quem cultiva
uma flor... uma escola
que abrace nossos
sonhos com carinho, que
multiplique caminhos, no aprendizado do amor! Quero uma
escola que mostre o rumo seguro, semeie estrelas escuras e lições de
libertação... Uma escola que devolva a alegria esquecida, que reinvente a vida,
plena de participação!
Baseando-nos na
citação acima iniciamos nossa prática com a vontade e a pretensão de
proporcionar aulas alegres, tornando o aprendizado prazeroso. Abraçamos essa
turma cheia de expectativas e de curiosidades também. E ao final desta etapa,
percebemos que muito aprendemos e trocamos conhecimentos com estes pequenos,
tivemos a oportunidade de fazer diferença na vida de cada aluno nesta sala. A
sensação não é de dever cumprido e sim de dever iniciado e uma vez iniciado não
pode ser renunciado. Dever de ensinar e
aprender deve permanecer sempre na vida de um educador, por esse motivo, o Pibid
é de tamanha importância, pois nos dá a possibilidade de reafirmar ou não o
desejo de ser educador, estar diretamente em sala de aula, nos aproximando da
rotina escolar.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O programa PIBID
foi de suma importância para iniciação docente das bolsistas, onde podemos por
em prática o que aprendemos e debatemos na faculdade. E nas reuniões em grupo
onde compartilhávamos conhecimentos e dividíamos experiências, recebendo
auxilio das nossas orientadoras para as aulas efetuadas nas turmas contempladas
pelo programa.
Nas nossas aulas, realizávamos as
oficinas tentando incorporá-las ao cotidiano da escola, em conversas com a
professora titular da turma, fazendo com
que nossas oficinas tivessem relação com o conteúdo, respeitando o tempo de
aprendizagem e o desenvolvimento da turma.
Referências
PIMENTA, Selma G. e
GHEDIN, Evandro (Orgs.). Professor
reflexivo no Brasil: Gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez,
2002.
Hora do conto : Margarida Friorenta
Construção do livrão a partir da história "Margarida Friorenta"
Confecção do bolo" Formigueiro"
Filme: Donald no país da matemática
oficina navegando
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