quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

artigo é fruto de um projeto proposto pelo Programa Institucional de bolsas de iniciação à docência (PIBID),



Dâniele Duarte Pinheiro

Sabrina Stringari

Rubia de O. Afonso

Curso de Licenciatura em Pedagogia

Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Unidade Alegrete

 

RESUMO: Este artigo é fruto de um projeto proposto pelo Programa Institucional de bolsas de iniciação à docência (PIBID), que proporcionou atividades práticas, auxiliando na construção de novos conhecimentos assim propiciando redescobertas de vivencias do cotidiano de uma sala de aula de 2º ano na Escola Luiza de Freitas Valle Aranha, localizada no município de Alegrete. Sabendo-se da importância de relatar as práticas pedagógicas como um modo de avaliação ou mesmo uma forma de analisar o desenvolvimento do social, a partir do dia a dia da sala de aula refletindo o fazer pedagógico na construção da formação profissional, este artigo tem como finalidade um relatar sistematizado das atividades realizadas no PIBID durante o período de seis meses no ano de 2012.

INTRODUÇÃO:

            A importância da prática pedagógica faz-se constante diante da busca do conhecimento e da experiência profissional. A reflexão critíca da nossa pratica faz-nos pensar no tipo de professor que estamos nos tornando, fazendo-nos repensar na nossa prática pedagógica, a partir de toda metodologia estudada na sala de aula e da concepção de educação que estamos desenvolvendo.

            Neste artigo estaremos relatando o trabalho desenvolvido no PIBID, que contemplava seis oficinas. Eram elas, contação de histórias; pequenos escritores de Alegrete; oficina de matemática; sopa de letrinhas; corpo, arte e movimento; introdução a informática, todas realizadas em uma turma de segundo ano, com crianças de faixa etária entre sete e nove  anos de idade na E.M.E.B Luiza de Valle Aranha.

METODOLOGIA X PRÁTICA

No nosso primeiro contato com a escola foi realizada uma reunião com toda a equipe pedagógica e com todas bolsistas denominadas para realizar a prática nessa escola, foi um momento de conhecimento dos professores das turmas selecionadas para o projeto e também foi nos passado o funcionamento da escola e foi nos apresentado o espaço físico da mesma.

 

A compreensão dos fatores sociais institucionais que condicionam a prática educativa e a emancipação das formas de dominação que afetam nosso pensamento  e  nossa  ação  não  é  espontânea  e  nem  se  produzem naturalmente. São processos contínuos de descobertas, de transformação das nossas práticas cotidianas. (PIMENTA, 2002, p. 102).

 

No segundo encontro foi nos proposto fazer uma observação da turma  e uma avaliação diagnóstica da mesma, para então podermos planejar as aulas de acordo com o desenvolvimento da turma, a partir da observação da mesma e dos relatos da professora regente. Podemos observar que a turma era bastante receptiva e aberta para a redescoberta de novos conhecimentos e bastante produtiva e criativa. Sabendo-se das características das crianças,  pensamos, então, em desenvolver as oficinas de uma forma lúdica e construtivista, possibilitando através dos interesses dos alunos a construção de novos conhecimentos.

A primeira oficina desenvolvida foi à oficina de contação de história.  como a escola estava comemorando a Semana Farroupilha, com festividades  sobre esse tema, aproveitamos e trouxemos um conto muito popular no Rio Grande do Sul, o “Negrinho do Pastoreio”. Manuseando fantoches, a história foi contada de uma forma divertida e uma linguagem bem popular, comentando a moral que a história nos ensina, como não acusar as pessoas injustamente e também fizemos uma conversa informal sobre o racismo. Após a leitura da história foi feita uma receita culinária, o bolo formigueiro, com a ajuda dos alunos construímos o bolo e enquanto esperávamos ele ficar pronto, os alunos registraram a construção do bolo em desenhos. Após a degustação do bolo, apresentamos o PIBID para a turma. Fizemos alguns combinados para que nossas práticas incluíssem prazer e produtividade e para selar nossos combinados construímos juntos um cartaz com a seguinte frase: “Essa turma faz parte PIBID 2012/UERGS-Alegrete” e abaixo cada aluno carimbou sua mão com tinta guache. Nesta tarde percebemos que os alunos ficaram satisfeitos com a aula, pois ao final da mesma estavam questionando quando voltaríamos e diziam que não faltariam a próxima aula.

 

Na semana seguinte, segunda aula da oficina contação de história, foi trabalhado a história da “Margarida Friorenta”, usando o recurso de uma “sacola mágica” de onde iam saindo os personagens da história e iam sendo colados em um avental. Após a contação ressaltamos as questões dos valores como o respeito, amizade e carinho. Os alunos compreenderam a moral da história, que dar carinho e amor sempre é importante e que o frio que a margarida sentia era de carinho e de atenção, então não podíamos deixar que nossos amigos sentissem esse frio.

 Todos esses conceitos foram usados para a construção de um livrão, onde cada aluno desenhou uma parte da história, posteriormente, propomos uma atividade em uma folha impressa onde os alunos puderam realizar exercícios interligados com a história trabalhando conteúdos propostos pela professora da turma como plural, singular, diminuitivo, aumentativo e separação e classificação de sílabas.

Ao término dessa atividade foi confeccionada uma margarida de garrafa pet, para que os alunos levassem para casa e que cada vez que olhassem para a margarida lembrassem-se dos valores trabalhados em aula.

A segunda oficina com o titulo pequenos escritores do Alegrete, tinha a finalidade de fazer os alunos experimentarem ser escritores, escreverem histórias com temas dados em sala de aula e aproximar-lhes de histórias, lendas e escritores da nossa cidade. Aproveitamos que na aula passada confeccionamos uma margarida com garrafa Pet e fizemos um link com a aula dessa semana, em que se iniciava a primavera. Trouxemos uma lenda bem conhecida, contada até os dias de hoje fazendo uma reflexão sobre o meio ambiente, a lenda do “Boitatá”.

Após a leitura os alunos debateram e escreveram um texto coletivo sobre a preservação do meio ambiente baseados na lenda e enquanto copiávamos no quadro, eles copiavam no caderno. Logo após eles ilustraram o texto que produziram. Dando seguimento, realizamos a confecção de um Boitatá com caixa de ovo e papel crepom. Foi muito prazeroso para os alunos esse momento, Nesse dia, por motivo de chuva os alunos saíram mais cedo e acabamos por não realizar todo nosso planejamento.

            Na segunda aula da oficina, Pequenos Escritores do Alegrete, trouxemos para os alunos uma poesia de um escritor alegretense. A poesia “Canção da Garoa” de Mário Quintana, uma bela poesia que inspirou os alunos a se tornarem poetas também. Cada aluno escreveu sua poesia e já que estávamos na semana da criança, escreveram com o titulo “Canção da Criança”.  Após a construção da mesma, geramos uma conversa informal sobre o escritor Mário Quintana. Nesse dia a escola fez uma festividade do dia das crianças, onde foi nos proposto fazer  brincadeiras e pinturas no rosto dos alunos da escola e por esse motivo nossa programação na sala de aula foi somente até as 15h e 30m.

            A Oficina de Matemática se desenvolveu através do filme “Donald no País da Matemática.” Foram trabalhados os números, sua importância, a história da matemática e os lugares onde ela se encontra. Confeccionamos um jogo da memória, jogado em dupla pelos alunos em sala de aula. Após, os mesmos registraram o placar das partidas e das rodadas jogadas. Foram realizadas várias atividades explorando a tabuada e cálculos matemáticos em folhas impressas.

             Na segunda aula da etapa da oficina de matemática, confeccionamos juntos mini pizzas, onde exploramos a receita, trabalhando com as quantidades e as figuras  geométricas. Os alunos ficaram realizados colocando a mão na massa. Exploramos a receita com o conteúdo como soma, subtração, divisão, multiplicação e trabalhando as unidades de medida (quantidade, tempo, temperatura etc...). As perguntas eram feitas aleatoriamente estimulando o raciocínio rápido dos alunos, a massa de pizza foi cortada e moldada nas formas geométricas, através dessas formas os alunos registraram a confecção da pizza em desenhos, o momento da degustação foi bastante prazeroso para as crianças.

            Na oficina Sopa de Letrinhas, a turma assistiu ao filme “O Rei Leão”, de fácil compreensão e com valores morais como respeito e amizade. O filme animou os alunos que ficaram fascinados com a linda história. A turma registrou o filme em desenhos e construíram um texto coletivo contando a história do filme com a visão dos alunos. A turma confeccionou um alfabeto móvel que auxiliou os alunos nas atividades das aulas de português.

            A poesia “Chácara do Chico Bolacha” foi utilizada na segunda aula realizada na oficina Sopa de Letrinhas. Ajudou os alunos a diferenciar e a conhecer as palavras que são escritas com x ou ch. Os alunos realizaram atividades com relação à poesia como: leitura, ilustração e atividades para completar com palavras com x e ch. Com o auxílio do alfabeto móvel foi feito um ditado com a turma.

            Foi com a apresentação do vídeo com a história “O Cabelo de Lelê”, que iniciamos a oficina Corpo, Arte e Movimento. Aproveitando a história para integrar o conteúdo com a semana da consciência negra. Os alunos refletiram sobre as diferenças e houve uma conversa sobre as diferenças culturais e a genética ligada com a nossa família. Em roda foi feita a dinâmica do espelho, despertando a auto estima e a importância de cada um para a sociedade.  Os alunos confeccionaram fantoches do boneco “Lelê” para a amostra interdisciplinar realizada na escola. Por último a turma saiu para o pátio, onde realizamos uma brincadeira de origem africana chamada “Labirinto”. São brincadeiras coletivas estimulando o desenvolvimento social, interação e respeito com outras crianças.

             Na segunda etapa da oficina Corpo, Arte e Movimento também ressaltou-se  a importância do grupo para a turma, de olhos vendados os alunos eram guiados por outro colega, que  ajudava a se locomover. Através dessa brincadeira do guia, o aluno conseguia entender, respeitar, tolerar e trabalhar em grupo. Desenvolvemos atividades com os alunos sempre trabalhando o coletivo nas brincadeiras, como na brincadeira da marcha de jornais, na pracinha da escola, brincadeira de roda, “lá vem o pato”, telefone sem fio e brincadeira da cadeira. Nessa tarde percebemos que os alunos aprenderam muito brincando, bem como nós que estávamos dirigindo as brincadeiras com objetivos definido.

             Na nossa última oficina que era a de Introdução à Informática, a aula foi realizada no laboratório de informática, onde realizamos produção textual no editor de texto e jogos no computador com a temática de natal. Em conjunto com a professora da turma, ensaiamos a música “Então é Natal” com os alunos, para apresenta-la na festa de final de ano da escola. Para comemoramos o final desta etapa realizamos uma confraternização entre as turmas que participavam do programa pelo turno da tarde, onde foi oferecido para as crianças cachorro-quente, refrigerante e bolo, além de brincadeiras envolvendo todos os alunos.

 

 

DISCUSSÃO:

Usamos neste momento as palavras de Genro (1999) para uma reflexão da nossa prática pedagógica

Quero uma escola que espalhe a esperança, que cative a criança, como quem  cultiva  uma  flor...  uma escola  que  abrace  nossos  sonhos  com carinho, que multiplique caminhos, no aprendizado do amor! Quero uma escola que mostre o rumo seguro, semeie estrelas escuras e lições de libertação... Uma escola que devolva a alegria esquecida, que reinvente a vida, plena de participação!

 

Baseando-nos na citação acima iniciamos nossa prática com a vontade e a pretensão de proporcionar aulas alegres, tornando o aprendizado prazeroso. Abraçamos essa turma cheia de expectativas e de curiosidades também. E ao final desta etapa, percebemos que muito aprendemos e trocamos conhecimentos com estes pequenos, tivemos a oportunidade de fazer diferença na vida de cada aluno nesta sala. A sensação não é de dever cumprido e sim de dever iniciado e uma vez iniciado não pode ser renunciado.  Dever de ensinar e aprender deve permanecer sempre na vida de um educador, por esse motivo, o Pibid é de tamanha importância, pois nos dá a possibilidade de reafirmar ou não o desejo de ser educador, estar diretamente em sala de aula, nos aproximando da rotina escolar.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O programa PIBID foi de suma importância para iniciação docente das bolsistas, onde podemos por em prática o que aprendemos e debatemos na faculdade. E nas reuniões em grupo onde compartilhávamos conhecimentos e dividíamos experiências, recebendo auxilio das nossas orientadoras para as aulas efetuadas nas turmas contempladas pelo programa.

            Nas nossas aulas, realizávamos as oficinas tentando incorporá-las ao cotidiano da escola, em conversas com a professora titular da turma, fazendo  com que nossas oficinas tivessem relação com o conteúdo, respeitando o tempo de aprendizagem e o desenvolvimento da turma.

 

Referências

PIMENTA, Selma G. e GHEDIN, Evandro (Orgs.). Professor reflexivo no Brasil: Gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002.

Hora do conto : Margarida Friorenta
 
 
Construção do livrão a partir da história "Margarida Friorenta"
 

                                                       Confecção do bolo" Formigueiro"
                                             

                                                      Filme: Donald no país da matemática

oficina navegando


 

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